Estranha realidade

Perene, a estranha realidade.

Individualismo cego, surdo e mudo,

escondendo o espírito em caras pastas

de couro legítimo.

Caras pálidas na Avenida Paulista,

aos cardiologistas entregam seu coração.

Algo não está bem psicanalista.

o espírito está preso.

Sai caro, muito caro.

mais que o dinheiro paga.

Na rua;

Sol e lua.

Calor e frio.

Entre carros e gente e vitrines surreais;

Pessoas dormem no chão ao relento.

E debaixo dos viadutos;

Famílias inteiras se amontoam.

Ou são invisíveis;

Ou são parte da paisagem;

No compasso das horas densas da Terra;

Meus passos são urgentes;

Pois caminho só.

Regina Martins Vita
Enviado por Regina Martins Vita em 13/04/2012
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