Estranha realidade
Perene, a estranha realidade.
Individualismo cego, surdo e mudo,
escondendo o espírito em caras pastas
de couro legítimo.
Caras pálidas na Avenida Paulista,
aos cardiologistas entregam seu coração.
Algo não está bem psicanalista.
o espírito está preso.
Sai caro, muito caro.
mais que o dinheiro paga.
Na rua;
Sol e lua.
Calor e frio.
Entre carros e gente e vitrines surreais;
Pessoas dormem no chão ao relento.
E debaixo dos viadutos;
Famílias inteiras se amontoam.
Ou são invisíveis;
Ou são parte da paisagem;
No compasso das horas densas da Terra;
Meus passos são urgentes;
Pois caminho só.