Arquitetos do flagelo
Restos de um seco pão
um mendigado cigarro
na tétrica manhã
meninos lambendo catarro
Artimanhas de Satã!
Barro na mão
na boca, cachaça
olhos pro céu e pés bem no chão
corajosa desgraça.
Armas: pedra, pau, lixo, tudo no chão
carcaça de cócoras
aberta boca
azeda na lata o feijão
construção oca...
Olha o escombro erguido
bela e santa morada
homem, então, protegido
louvemos à estiada.
Mas mês de março vem vindo
as águas da chuva chegando
ingênua paciência mentindo;
um corpo gordo boiando...
Deus! olhai esses miserentos!
Expulsai a praga pobreza!
Enviai-nos unguentos!
Curai a ferida tristeza...
Edificai, pois, a prometida VIDA PLENA!