Mulata Brejeira

Um grito na multidão

Vozes se misturam

Ao som de atabaques

Passos miúdos

Rastros brejeiros

É a mulata, mistura de raças

Que com seu gingado

Marca presença, na roda da vida

Vivida, sofrida

Esperança em festa

E num só remelexo

Relembra o passado

Ecoado num mundo distante

Num fato presente

De seres trazidos ao sabor do vento

De um mar imenso

De angústias, de amarguras, de suor

De mãos calejadas

De gritos sufocados

De corpos atirados no fundo do mar

São eles

Humanos discriminados

Que pagam o pecado

Da negra cor

Malanina em excesso

Herança condenada

Pelo clareamente da cutis

Senhores sem alma

My Guel
Enviado por My Guel em 12/05/2012
Reeditado em 12/05/2012
Código do texto: T3663871
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