O nordestino tem sede

O nordestino não suporta.

Tanto sofrimento.

Meu Deus manda uma chuva.

Para aliviar esse tormento.

Estar cada dia mais difícil.

Um gole de água para beber.

Vala-me Deus meu senhor.

Por favor, venha nos socorrer.

Mandioca não nasce mais.

Os animais estão morrendo.

Diga meu amado Deus.

O que faço nesse momento?

A cada dia que passa.

Ta difícil viver aqui.

Só quero um gole de água.

Para minha sede matar.

Já rezei o bastante.

Agora não agüento mais.

O carro pipa quando vem.

É de quatro em quatro dias.

Deixei de tomar banho.

Para a sede poder matar.

Pois as águas encardidas dos açudes acabaram de secar.

Fizeram tantas promeças.

Dizendo resolver a situação.

Abandonaram-nos.

Só volta no tempo de eleição.

Nem lagrimas tenho mais.

Estou cada dia, mas fraco.

Hoje vi cair ao chão à única vaquinha que alimentava a enorme filharada.

Não sei o que vai ser.

Se a água no sertão não correr.

Já estou passando fome.

Velei-me meu Senhor venha socorre.

É muito triste ver os animais morrer a toda hora.

É nessa hora amigo que o nordestino chora.

É tanto gado morrendo já não falo das plantações.

Até as plantas de espinho esta morrendo no sertão.

As crianças deixaram de ir para a escola

Pois não suporta, mais a falta de comida e de água o que é que a gente faz?

Quando o carro pipa chega é apenas vinte litros de água por pessoas.

Mal mente da para beber quanto ao banho tenho que esperar chover.

Aqui eu me despeço pedindo a sua ajuda.

Faça uma correte de fé para a chuva cair.

E eu continuar a existir.

Elisete Soares Moreira
Enviado por Elisete Soares Moreira em 03/06/2012
Reeditado em 21/04/2014
Código do texto: T3703583
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