Sobre os Céus, a Corrupção, Somos Nós

Sobre os céus senti-me atravessar por uma eternidade,

Intransponível...

Disse a Deus:

“Como uma criação que foge da solidão,

e aproxima-se de toda a sua nuança.

Fizeres mares como um deleite da vida.

Com pesares digo... no entanto,

Nos pusemos entregues como um pássaro ferido

Ao delírio de toda satisfação da alma...

Pois que tão belas são as palavras da terra,

Porém, com todo o seu encanto e imensidão,

Foi destituída de suas aventuras inocentes.

Agora entregues as chamas da corrupção, dos prazeres temporais,

Que inebriam a carne, mas esmagam toda pureza da alma,

Numa quimera de violência e de ódio.

Como um vício que consome cada elemento de nosso corpo,

E assim perturba o coração dos que são usurpados

Pelo sistema destruidor... dos sonhos...da bondade,

Por isso tudo, escraviza-nos ao consumismo,

Ao mesmo tempo que nos inebria com diversos caminhos.

Perdidos assim, num labirinto sem fim.

O sistema, na verdade somos nós,

Nos vastos campos de todo chão e de todos os séculos e eras,

Bem como passado e no presente.

Vivemos os diversos preceitos, com suas escolhas,

Posto tudo isso, com lamentos, como covardes,

Agora estamos perdidos na construção do mundo,

Que mesmo sem sentido,

Ainda buscamos o elemento maior de toda criação.”