O mendigo

Um rasgo esfarrapado,

Uma miséria sem sentido,

Lá imundo estava sentado

O pobre, indigente mendigo.

Que infância havia em suas lembranças?

Quantos corações tinha quebrado?

Quais fantasias e esperanças

Tinha prometido e sonhado?

Por acaso ou descuidado chegou a essa condição?

Foi a fortuna infortuna que lhe causou perdição?

Ou que esse triste destino foi o que ele mereceu?

De repente ele levantou o olhar

O rosto que então vi fez-me paralisar

Pois aquele mendigo era eu.