ENGOLINDO SAPOS
Num brejo bem aqui por perto,
Um burburinho intenso se formava.
Era tempo de eleição
E a empolgação bem aos poucos começava.
Num coaxar daqui e dali,
os sapos que eram candidatos ,
improvisando discursos,
bastante animados,
valiam- se de todos os recursos,
só esperando os resultados...
Os candidatos prometiam
Soluções a revelia
Iam cuidar do brejo,
Tudo seria alegria!
Para ganhar votos
Criatividade não faltaria.
Sapo bom de papo
Fazia coligação,
Levando vantagem na urna
E em pesquisa de opinião.
Na política muitos se aprumam
E poucos não perdem a razão;
Pois quando se omitem e se acusam
É sinal de grande corrupção.
Sapo esnobe,
Sapo bom no “ibope”,
Sapo intelectual,
Sapo “cara de pau”,
Sapo antigo na panfletagem.
Sapo cheio de “bondade”!
Sapo de todo jeito,
Mas o importante
Não era ser o melhor,
Era ser eleito.
E o brejo parecia um campo minado,
Tinha eleitor desconfiado...
E coaxando pelos cantos
que tinha candidato
que nem sabia
qual partido defendia
e qual seria a sua obrigação,
caso ganhasse a eleição.
E para encurtar a história,
Dizem que no tal brejo
Nunca houve solução,
Continua tudo na mesma
É só ganhar a eleição:
Sapo pobre continua no brejo
Esperando solução,
E sapo gordo bem longe
Pra não ouvir reclamação.
Só se encontram novamente
Em ano de eleição.