Será mesmo uma festa ou uma farsa da democracia?

Recolho-me cedo,

ainda ao som ruidoso,

de buzinas e carreatas,

e o horário limite permitido,

era até as 21 horas.

Mas, nem os condomínios

respeitam a lei do silêncio

festas animadas costumam

varar a noite nestes tempos,

sem respeito a vizinhança.

Aqui, no Méier, acordei

e a vila estava repleta de folhas

que não eram das árvores primaveris

eram panfletos poluindo as ruas,

reflexo dos gastos milionários das campanhas.

Nesta verdadeira farra

em que se transforma

um momento cívico da nação

fica claro como o poder econômico

interfere decisivamente nas eleições.

Quem financia os candidatos

na certa "investe" para obter

ganhos durante o mandato

que não tem nada de "popular"

e sim, de interesse privado.

É uma pena que nossa jovem democracia

tenha que conviver com estes esquemas

que se locupletam no poder,

que se mantém qual herança familiar,

como nas antigas capitanias hereditárias.

Pois é exatamente no momento maior

da escolha dos representantes do povo,

que mais se revela a sanha dessa máquina

compradora de "votos" de uma cidadania

ainda pouco consciente do valor de seu voto.

Não é, à toa, que a cada eleição

Os mesmos temas de clamor popular

São recurrentes: saúde e educação

Nem interessa ao governante zelar

por um nem outro destes temas,

quanto menos educação maior a manipulação.

AjAraujo, o poeta humanista, escrito em 7-Out-12.