Sem Abrigo

Sem abrigo

Aconchegado,

À volta da lareira,

Deixei-me ir no sonhar,

Talvez embalado

Pelo cheiro da madeira

No seu lento crepitar.

Ali, no quentinho,

Tornei-me egoísta,

Naquele instante,

Alguém sozinho,

Não teria à vista,

Nada de aconchegante.

Uns, má orientação,

Outros, falta de sorte,

Noutro qualquer momento,

Quem não tem coração,

Talvez nem se importe

Com tanto sofrimento.

Acordei, sobressaltado,

Senti forte aperto

Dentro do meu ser,

Eu, ali aconchegado,

Quem sabe ali perto

Alguém sem ter onde viver.

A consciência desperta,

Não posso ignorar

O que se passa ao lado,

Agora que o frio aperta,

É tempo de ajudar

Que se viu abandonado.

Francis Raposo Ferreira

FrancisFerreira
Enviado por FrancisFerreira em 21/10/2012
Código do texto: T3944021
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