Sobre greves e grevistas

Trabalhadores em greve

Erram o alvo

E atingem os iguais

Aqueles que sofrem nas solas

Nas salas, nas filas

E nos terminais

Aqueles que estão indefesos

E por isso são presos

Na teia do caos

Um caos que apavora o pagante

E transforma em constante

A face do mal

A face que esconde

E faz com que o grevista

Não enxergue

Pra quem que se ergue

E cobre o quinhão

Não é pra o igual

Que é sofrido

E com o couro doído

Recebe o bastão

Se erga contra o insolente

Ali arrebente

Cobre seu viés

Catracas, cancelas, porteiras abertas

São mais que ousadia

É troco cobrado com raro revés