IMAGINO !
(Um texto para o natal de 2012)
IMAGINO !
(Carlos Celso Uchôa Cavalcante) (1º)
(10/dezembro/2012)
Imagino! A mesa farta que sobeja
Sem lembrar-se da pobreza que almeja
Suprimento para a sobrevivência.
Imagino! A ascensão da violência
Que transcende a razão da consciência
Maculando cada ser, impiedosa.
Imagino! A bondade mentirosa
Dos que dizem ser a arma poderosa
Defensora de um povo combalido.
Imagino! E vejo o ser desprotegido,
O retrato da miséria esculpido
Na ossada do seu rosto se revela.
Imagino! E vejo a triste aquarela
Desenhar-se nos direitos que protela
As resoluções imprescindíveis.
Se os gritos do silêncio são audíveis,
O mais lógico é que sejam redutíveis
Os que podem, os que devem; imagino!