As vezes a vida passa diante de nossos olhos
Olhos abertos bem arregalados
Olhe o que se passa,
Olhe para o lado.
Veja a vida, veja os buracos
Veja as nuvens, veja os pássaros,
Veja a morte, veja a falta de sorte.
Ouça os sons, ouça os carros,
Ouça os gemidos e os desabafos,
Ouça os sorrisos e os beijos estalados.
Sinta o medo, o desespero
Sinta fome o dia inteiro
Sinta o valor que dá o dinheiro.
Saborei o nécta da flor,
Saborei o peixe, a falta de amor,
Saborei o horror dos descontes.
À vergonha dos ermegentes
O grito dos inocentes
O não poder sujar os dentes.
O sufocar dos descrentes
A desordem crescente
Num governo indescente