Prostitutas

Nos becos, nas ruas, nas avenidas,

Em todas as esquinas

Vendendo o corpo estão muitas vidas

E algumas são mulheres-meninas.

São elas as prostitutas

Que por falta de opção

Ou medo de disputas

Embarcam nessa profissão.

Expõem-se de tal maneira vulgar

Que ao amor desmentem

E aquele que melhor lhes pagar

É que seus carinhos sentem.

Elas não fazem o amor

Elas dão apenas o prazer do sexo

Porque sendo vendido o amor

Não é amor, é algo sem nexo.

Elas fingem o prazer

Dão falsos gemidos

Fazem apenas para sobreviver

Momentos tão sofridos.

O amor assim não é completo

Pois o amor não tem preço

Gratuito e livre é seu lema predileto

Só lhe falta é apreço.

Elas vestem uma roupa curta ou apertada

E se oferecem ao pedestre primeiro

Ou então vestindo quase nada

Entregam-se sem nada por dinheiro.

E quando estão solitárias

E dos seus olhos caem lágrimas de arrependimento

Percebe-se que não são tão ordinárias

E que também têm sentimento.

Mas um dia encontram a sorte

E conquistam a felicidade

E encontram alguém forte

Que lhes ame de verdade.

A vida também é uma prostituta

Mãe de todas as meretrizes

Pois quem perde a sua luta

Não tem momentos felizes.

E também porque cobra caro

Algumas vezes pelo seu carinho

E como o pagamento é raro

Muitas vezes tem-se que seguir sozinho.

Mas as prostitutas são apenas mais uma parte

Dessa nossa sociedade desigual

E também são uma arte

Dessa vida escultural.

Cícero – 02-10-94

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 13/02/2013
Código do texto: T4138741
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