A PÁTRIA SEM CALCINHAS

Nas flores pisoteadas pelo tempo
Há sonhos dormidos no fundo do poço
Um país extático, de perdidas valentias
Pode ficar velho sem ter sido moço

Eu renego as falácias dessa gente
Que a toda falcatrua logo encobre
Infla-se toda para falar em pundonor e honraria
Mas que se move por motivos menos nobres

Essa confraria serpentária
É dos velhacos o mantra mais ativo
Dá aos clichês um matiz de novidade
E ostenta o cetro de um cartão corporativo

Novos ricos e velhos donatários
Sanguessugas, versão mortal do escaravelho
O que era velho se fingiu de novo
E o que era novo aceitou ser velho

A cada um desses sacripantas
Dirige-se em vão a pátria-mãe matriz
Nas entrelinhas do seu grito surdo:
“Sois a desgraça de tão belo país”

Collor, Lula, Renan, Sarney
Dilma, FHC e mensaleiros
Foram marcados nos versos de Cazuza
Cafetões da nação entregue por dinheiro.
Landro Oviedo
Enviado por Landro Oviedo em 20/02/2013
Reeditado em 08/01/2018
Código do texto: T4149704
Classificação de conteúdo: seguro