Na penumbra!

Na penumbra!

Todos os lírios todas as dores todos os odores

Horrores gritos becos escuridão e desespero

Aflitos passos, infinitos temores.

Mãos que se elevam a prece

Mente pagã, o corpo padece.

Dias de íra não se esquece

Em todos os tempos de Deus se esconde

Suplícios em vão

Temores odores da escuridão.

Todos os lírios todas as amarguras todas as desventuras!

Unhas cravadas no umbral, porta selada.

Vida dilacerada alma vilipendiada

Despida

Esquecida

Dividida

Negrume da noite exposição às feridas

Na penumbra feras adormecidas

Todos os lírios todos os martírios todos os delírios!

Inocência ausente irreverente

Jardins sem flores entre relvas e odores

Apenas os horrores dos pervertidos

Esquecidos aos sons tenores

Sem amores sem dores sem sentidos.

Todas as dores, todos os odores!

Não se esquece

Todas as amarguras todas as desventuras!

Todos os martírios todos os delírios

Num silencio de paz lúgubre

Sobre vida ceifada numa calçada onde a poeira é o manto que acolhe.

Amantino 21/02/2012