Lamentos do mundo

Olhar mortiço num corpo adormecido,

Transformado em caixa de esmolas

E fustigada pelo sol tórrido...

Ai vida, que lhe és madrasta!...

Rebento cheio de sofrimento...

Indigna-me quem te transporta, porta a porta,

pelos carros parados nos semáforos e

Insensível à tua dor e penar...

Pede descaradamente

Usando-te como argumento.

E tu, menino adormecido,

Nem um ai, nem um lamento...

Maldita indiferença

Que te obriga a tanto...

Até Deus se esqueceu de te cobrir

Com seu divino manto.

Pobre criança!...

Gabriela Malheiros
Enviado por Gabriela Malheiros em 22/03/2007
Código do texto: T422192