Lamentos do mundo
Olhar mortiço num corpo adormecido,
Transformado em caixa de esmolas
E fustigada pelo sol tórrido...
Ai vida, que lhe és madrasta!...
Rebento cheio de sofrimento...
Indigna-me quem te transporta, porta a porta,
pelos carros parados nos semáforos e
Insensível à tua dor e penar...
Pede descaradamente
Usando-te como argumento.
E tu, menino adormecido,
Nem um ai, nem um lamento...
Maldita indiferença
Que te obriga a tanto...
Até Deus se esqueceu de te cobrir
Com seu divino manto.
Pobre criança!...