RETRATO EM BRANCO E PRETO

Subia a ladeira

E só por zoeira

Comecei a cantar

Mas, tiros no ar

Roubaram minha atenção

De repente um garoto

Corria sozinho

Para o mesmo lado que eu

O que é isso meu Deus?

Tamanha era a minh'aflição

Puxei o garoto, tal como um raio

Olhei para o pirralho

Que tinha sangue nas mãos

Parecia um filme de terror no cinema

Sua pele morena

Ficou tal qual algodão

Perguntei por seus pais

E o garoto chorou

Seu olhar apontou

Para um corpo no chão

Agonizava a sua mãe

Com vermelho na roupa

Golfando sangue da boca

Segura uma bíblia na mãos

Chorava tão triste e perto do fim

Olhava pra mim

E se foi de repente

Senti-me impotente, diante dos fatos

Mas, esse triste retrato

É a vida da gente.

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POETA URBANO
Enviado por POETA URBANO em 15/04/2013
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