O QUE SERÁ DE MIM?
Desde cedo que sofria pesado
E da tal alegria, apenas rumores
Via contos em sua tela sem cores
Que a vida já teve outros sabores
Ia à escola tal qual o ano passado
A mesma mochila, o mesmo caderno
A mesma farda e o sapatos furados
E piorava quando chegava o inverno
Cobria-se com um lençol machucado
Que um amigo querido achou no lixão
Todo manchado! Mordido por ratos
Vinha sempre à noite a buscar o seu pão
Fruto das sobras donde havia fartura
Na sua crua tortura, pensava infeliz
Como podem tantos, com tão pouco
E tão poucos, com quase todo o país?
Via seus amigos sumindo aos poucos
Vítimas de escolhas, que conduzem ao fim
Hipócrita! O governo apenas finge importar-se
Ó meu Deus! O que será de mim?
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