Quotidiano

Estou preso, de braços cruzados,

A sociedade e a regras básicas.

São eles que escolhem minha roupa,

Onde eu devo comer,

Como devo andar.

São eles que escolhem o que eu assisto,

São eles minhas leis e não há como reclamar.

São eles que escolhem meu carro,

Que escolhem a marca e até a cor.

São eles que escolhem meu cabelo,

Que escolhem minha gravata, o meu terno e minha cueca.

São eles que me vem com preservativos,

Que me vem com lições de como porta-me

São eles que me falam de guerras,

E se devo gostar ou repudiá-las.

Estou preso...

Estou preso?

Ou será que há como fugir?

Fui criado pelo Estado,

Dezoito anos de frustração.

Quando tiver uns quarenta me ensinarão novas coisas,

E eu terei que aceita-las como se fosse lei de sobrevivência.

O poder todo no dinheiro,

O dinheiro no poder.

E não há como fugir disso.

Ou há?

Quero vomitar esse ódio pra fora,

Mas me ensinaram a não fazer tal nojeira.

Então vou mandar explodir tudo inclusive a mim,

Mas não posso usar bombas,pois é um meio de matar imoral.

Devo matar todo mundo de outro jeito,assim será mais justo.

E por falar em justiça,

Ensinaram-me em meio a desigualdade,

Que não há nada mais belo que a justiça.

Como salvar-me?

Estou preso.

E por mais que eu tente fugir,

Acabado mais envolvido.

Estou preso...

E é prisão perpétua.

Mr Doug
Enviado por Mr Doug em 26/03/2007
Reeditado em 18/09/2009
Código do texto: T426015
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.