BRASIL COLÔNIA

Eu venho do Brasil Colônia,

Das fazendas de cana

E das minas de ouro;

Tenho na pele as lembranças profundas

Dos frios e dolorosos açoites

E das máscaras de folha-de-flandres!

Vagueio, como vagueava antes,

Entre as sombras que povoam as noites,

Ouvindo o murmúrio das águas imundas!

Debaixo do largo chapéu de couro,

Ando descalço sobre o tapete de lama,

Carregando nas costas o peso da insônia!

Tudo me faz lembrar o passado colonial:

As mesmas invernias sem agasalho,

As mesmas bancadas sem ideal,

As mesmas forças sem trabalho...

Porque eu venho do Brasil Colônia,

E trago comigo o pesadelo da insônia;

Vagueio, como vagueava antes,

Entre as sombras de noites distantes!

Carlos Henrique Pereira Maia
Enviado por Carlos Henrique Pereira Maia em 03/05/2013
Código do texto: T4272060
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