Doa-me Brasil...

Doa-me... Na carne,

o corte profundo das verbas da saúde,

pois na solidariedade,

todos aceitam a morte,

como um remédio útil.

Cega-me...

na tolerância,

pela insegurança;

e quantos filhos de minha pátria,

serão encontrados pela bala maldita?

Perdida? Achadas! Ceifa vidas.

Doa-me... Na consciência,

a falta de critério e de indignação,

que reconduziu ao congresso,

os criadores do mensalão.

Covardia? Falta opção?

Conformismo... Ladrão por ladrão!?

Corta-me... Sem piedade.

com teus impostos abusivos,

com tua falta de compromisso,

por tua omissão na educação.

por tantas outras vias,

reduzindo o meu orgulho a cinzas.

Cala-me... Com tua visão arcaica,

com teus poderes escusos,

com teu exercito difuso,

que tenta silenciar minha oposição

e tenta, e tenta... Tentam,

mas por tua inteligência _ não conseguirão.

Doa-me... De qualquer forma,

com os atropelos da indiferença,

com a indignação que retoma a consciência,

pela volta da esperança e na crença.

Então doa-nos Brasil...

Para o teu povo renascer.

Doa-nos também, por toda massa carcerária,

quatrocentas mil cobaias,

ociosas em cativeiro;

o joio, o trigo e o centeio,

da receita ao pão amargo,

tem o diabo como padeiro.

Doa-me Brasil...

Na indignação e na revolta,

de meus patriotas.

Eu quero doer.

Quero viver o meu grito...

Deixa-me crescer.

Sandro Colibri
Enviado por Sandro Colibri em 27/03/2007
Reeditado em 07/08/2009
Código do texto: T428109
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