Prostituta do mundo capitalista

Uma lágrima cai entre meus irmãos

Uma dor se espelha pelo canto

Dentro do peito um sentimento de humilhação

Lá fora meus braços valem tanto!

Um esforço, um pedido...

Dentro da noite em sonhos aparece a esperança

Nas chicotadas escapa a palavra maldito

Dita na inocência de uma criança

Que apanha sem ter motivo

E mesmo assim eu sobrevivo.

No escurecer da madrugada meu amor se revolta

No anoitecer toda lágrima se transforma em mágoa

No céu as estrelas parecem estar voltadas para minha tristeza

No grito do meu senhor

Um choro por dentro de rancor!

Uma nuvem se aproxima

E o chicote corta minha pele

Como uma lima que afiada

Corta o ferro para a manutenção de outro operário

Que apanha por um salário

Para se iludir de cachaça.

Assim continuo minha jornada pela miséria

Passando em madrugadas frias por vielas

Comendo resto...

Do resto de outra vida

Que foi vítima do mundo capitalista!

Vagner Alves
Enviado por Vagner Alves em 08/06/2013
Código do texto: T4331784
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