Versos frios
De tão calejadas as mãos
a quem devia importar não importa
e se foram as impressões
último suspiro de uma identidade quase finda
a felicidade talvez more ao lado
vizinha que nunca está em casa
embriagada a dor virou alegria
hilariante a nossa própria desgraça
caça e caçador desorientados
e quando tudo for belo
aí sim o sorriso poderá ser orgânico
anônimos somos e comédia quando ouvidos
atrevidos queremos ser grandes logo
quando extensão só para sê-lo não basta
queria a euforia de não ser carnaval
onde matas virgens ainda vigoram
e a mágica do milho virar fubá
secundária é se há maiores interesses
como a do trigo virar pão nem se lembrou
os dias são os mesmos e minha filha
que casa lhe deixar se não tenho (?)
País e pais não se entenderam nunca.