É

É meu caro... Minha cara

É muito caro, mas?!...

Aceite tudo.

Tudo que vier.

Se vier, assim, feito todo pronto,

Aceite a qualquer gosto, o pranto,

Que lhe couber nos olhos.

Tanto quanto o que rasga tuas entranhas,

Todo sofrimento e dor;

Sem pensar em saber o sabor,

Aceite ter que expressar sem espanto, que alguém pisou...

Pisou sim, no teu jardim.

Aceite o penar de cada dia.

E com a barriga cheia de tristeza,

Sepulte a esperança e toda alegria,

Que jazia na alma... Que um dia cismou de plantar no jardim

Onde alguém pisou sem ver por lá sonhos

E trate de esquecer o quanto é maravilhoso,

O sabor da vida.

Mastigue toda comida,

Que puser no prato.

Venda barato teu direito de sorrir.

Mas aceite, aceite, aceite, por favor,

Tudo... Tudo que o silêncio te contar.

Não mastiga engula, só engula.

Com todo gosto e gula.

Que te traz toda emoção,

De ser mais um rosto em plena multidão.

Vendo gente comendo os sonhos,

E sonhado sem comer.

Goze do mesmo cálice.

Cale-se se alguém te ordenar.

Se a verdade te pesar no coração.

É isso aí!

Nem sonhe, ao menos em ter sonhos.

E finja não ser capaz de mudar.

E no fim um final feliz.

Paulo Marcos
Enviado por Paulo Marcos em 10/04/2007
Código do texto: T443864
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.