Tempos de guerra...

Vivemos um paradoxo todos os nossos dias,

Somos e nos julgamos no auge da civilização,

Mas somos os responsáveis por nossas agonias,

Andamos nas ruas com medo no coração...

Crimes quase que sem controle se propagam,

Existe no ar um insuportável clima de pavor...

Lágrimas dos que sofrem alagam

E se tornam num imenso mar de dor...

Nossos filhos todos os dias morrem,

Nossos filhos todos os dias matam...

Nossos filhos de preocupação nos consomem,

Nossos filhos com desrespeito a vida tratam...

A violência é tanta que se torna comum,

Homens ditos homens a exercem como profissão...

O respeito por nossas vidas neles é nenhum,

Somos as vítimas e vivemos numa prisão...

Somos ninguém, não temos mais direito à nada,

Não raro dedos nos apontam nos gatilhos,

Nossa liberdade há tempos foi assassinada,

Pais ficam com a dor, a morte com seus filhos...

As trincheiras são as nossas portas,

Não compreendemos isso que nos encerra,

Nossas esperanças estão quase mortas,

Estamos perdendo esta triste guerra...