OLHOS SOFRIDOS
Olhes para mim...
Digas o que vês?
Sou mesmo assim...
É... Podes crês!
Sou criança pobre...
Implorando por alimento,
Mas poderia ser nobre
Basta-me acolhimento.
Estou a sofrer... Tenho fome!
Mas nada sou... Um ninguém...
Sem mesmo ter um nome,
Apenas outro qualquer sem um vintém!
E você? Que já fez por gente como eu?
Nada!!! Mas, querias...
Porém a vontade se perdeu...
Pois não és tu quem sofreu!
E nesta desigualdade sem fim
Estamos nós, os abandonados...
Sempre olhares tristes, enfim...
Desejando apenas serem encontrados!
Eu te vejo, mas e você?
Passa sem nem olhar!
Resta-me viver a mercê
Do sofrer e do penar!
27/10/2013