OLHOS SOFRIDOS

Olhes para mim...

Digas o que vês?

Sou mesmo assim...

É... Podes crês!

Sou criança pobre...

Implorando por alimento,

Mas poderia ser nobre

Basta-me acolhimento.

Estou a sofrer... Tenho fome!

Mas nada sou... Um ninguém...

Sem mesmo ter um nome,

Apenas outro qualquer sem um vintém!

E você? Que já fez por gente como eu?

Nada!!! Mas, querias...

Porém a vontade se perdeu...

Pois não és tu quem sofreu!

E nesta desigualdade sem fim

Estamos nós, os abandonados...

Sempre olhares tristes, enfim...

Desejando apenas serem encontrados!

Eu te vejo, mas e você?

Passa sem nem olhar!

Resta-me viver a mercê

Do sofrer e do penar!

27/10/2013

Gislaine Lima
Enviado por Gislaine Lima em 27/10/2013
Reeditado em 27/10/2013
Código do texto: T4544625
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