MORADA

MORADA

Cobras e aranhas

Os céus arranham

Empoleirados em seus pombais

Em que lutam para viver em paz

Falam a mesma língua

Mas comportam-se como numa Babel

Sanidade a míngua

Num conviver cruel

Arrostam a tudo e todos

Arrotando deseducação

É tal a falta de modos

Parecem condenados em prisão

É pisoteio de anjos no chão

É casal em discussão

É vaga irregularmente ocupada

É lixo na calçada

E a tão falada cidadania

Transforma-se em vilania

E embora pareça

Não estamos em Brasília

É um arranha céu

Ou condomínio, se queira

Ocupado ao léu

É Brasil sem eira nem beira

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 27/11/2013
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