O aroma dos dias

Sempre aquele aroma,

Eu saía de casa, caminhava,

Não adiantava andar rápido,

Ele sempre me encontrava.

Acordo já desconfiado,

Quando cheiro o dia,

Que é todo dia.

Eu não me sinto nem um pouco aliviado.

Com medo e agressivo,

Eu o encontro,

E me retraio.

Sempre fecho os olhos quando passo,

Pois como é forte a nossa rotina.

Nem posso vê-la todo dia

E ainda que não possa evitá-lo,

permaneço com os olhos fechados.

Mas quando abro os olhos,

E vivo o meu dia a trabalho,

Não posso esquecer

Daquilo que não vi.

Sempre volto,

Sempre me nego a ajudar,

Sempre encontro com aquele aroma.

Nós dois,

Sempre certos,

De que vamos nos encontrar.

Eu o persigo e o ignoro,

Enquanto ele já mora,

Onde eu nem gosto de pisar,

Com medo de um dia chegar,

Onde ele sempre está a me esperar.

Thiago Marx
Enviado por Thiago Marx em 31/08/2005
Código do texto: T46637