O aroma dos dias
Sempre aquele aroma,
Eu saía de casa, caminhava,
Não adiantava andar rápido,
Ele sempre me encontrava.
Acordo já desconfiado,
Quando cheiro o dia,
Que é todo dia.
Eu não me sinto nem um pouco aliviado.
Com medo e agressivo,
Eu o encontro,
E me retraio.
Sempre fecho os olhos quando passo,
Pois como é forte a nossa rotina.
Nem posso vê-la todo dia
E ainda que não possa evitá-lo,
permaneço com os olhos fechados.
Mas quando abro os olhos,
E vivo o meu dia a trabalho,
Não posso esquecer
Daquilo que não vi.
Sempre volto,
Sempre me nego a ajudar,
Sempre encontro com aquele aroma.
Nós dois,
Sempre certos,
De que vamos nos encontrar.
Eu o persigo e o ignoro,
Enquanto ele já mora,
Onde eu nem gosto de pisar,
Com medo de um dia chegar,
Onde ele sempre está a me esperar.