O MINEIRO

Tu mineiro, que desventras o solo,

Cavas a tua própria sepultura,

Com o trabalho que te tortura,

Para receberes um reduzido soldo.

Trabalhas um dia inteiro sem sol,

Comes mal, sem o devido asseio,

Mal te aconchegas no teu lençol,

Tens de estar a pé, manhã cedo.

O suor do teu corpo, são lágrimas

Que perdes, sem puderes chorar,

Não tens quem te possa ajudar,

Passas o tempo a ver fantasmas.

És um grande herói, desconhecido,

Ninguém te reconhece e dá abrigo,

És escravo do trabalho e do patrão,

Não tens ajuda e merecida proteção.

E quando um dia desabar a caverna,

Tu correrás o risco de perder a vida,

Não terás quem de ti sentirá pena,

Nem a tua morte será então sentida.

Ruy Serrano, 15.02.2014, às 12:35 H

Ruy Serrano
Enviado por Ruy Serrano em 15/02/2014
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