Ateus

Na metrópole ecoou o clangor profano

Do alto dos prédios foi profetizado

O deus nascido do coração humano

Um dia por todos seria adorado

Santificado pela religião epentética

Plantou nas mentes um paradigma

Regado pela sua hipócrita ética

Fruto de um paradoxo enigma

O gentio preso por desejos ardentes

Em profunda adoração se curvou

O messias negro saciado de mentes

Pode enfim alçar vôo

Seus prodígios causaram enlevos

Dele vinham milagres tecnológicos

Contestadores tal qual medievos

Foram encantados por truques ideológicos

Senhor das secretas sinagogas

Escondidas em miríades de almas

A existências infernais homólogas

Rendendo a ele silenciosas palmas

Sua história escrita em suor e sangue

Dos pobres, trabalhadores e camponeses

É, numa prosa calma e langue

Contada pelos Santos Burgueses

Esse mito foi desvendado pelo sábio

Que desafiou o deus de forma etérea

Mas hoje suas ideias estão no alfarrábio

Seladas nas geleiras da Sibéria

Lembranças do confronto sideral

Guerra fria como inverno

Que no mundo causou temor feral

Aprisionadas no ostracismo eterno

O terror do anátema social

Sepulta a coragem juvenil

Que morre a cada música e comercial

Produzidos por esse Capitalismo senil

Oh jovens bocas protestantes!

Desejam tanto um mundo perfeito

Mas cometem os erros de antes

Perdoam a causa, criticam só o efeito

O falso deus oferece notoriedade

Com uma suave voz que elogia

Resistam como intelectuais de verdade!

Ateus contra a Religião da Ideologia!

Filipe Magalhães
Enviado por Filipe Magalhães em 29/05/2014
Código do texto: T4825239
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