NEGRUME

Sou negro dos terreiros

Que dançam candomblé

Nos mulambos e quilombos

Olvidados pelo tempo

Jogo capoeira nos labirintos

E nas bordas do silencio dos oprimidos

Sou negro, como os lagos noturnos

Nas noites sem lua

Sou como o betume dos asfaltos

Como o cerne das almas perdidas

Sou negro

Como dizem ser, os olhos da maldade

Sou preto

Como as asas do corvo

Que vigia a morte

Se me vês branco

Bem pode ser defeito de teus olhos

Quiçá de tua alma!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 05/06/2014
Reeditado em 21/01/2020
Código do texto: T4834016
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