INTIMIDADE PRIVADA.
INTIMIDADE PRIVADA.
O som da minha voz eclode.
Entre paredes e o som da descarga.
Entre o cheiro do sabonete e a medra.
Sentado altivo num trono de pedra.
Um pensador trtiste e solitário.
Com mais de sessenta e bronzeado.
Pelo sol de uma praia que tão perto.
Acolheu seus filhos e os netos.
O espelho e a escova de dente.
Muda o hálito e atiça o pente.
A barba mal feita e a unha.
Roida ao pé de uma música dolente.
A vontade que tenho agora.
É pegar e cantar com a viola.
Nesse acústico incredível e sem lei.
Dedilhar um sucesso do “Rei”.
O esgoto que vai dar na praia.
Vão sujar os teus pés e a canga.
Perebar a mão do menino.
Onde eu canto e não desafino.
Onde o som se mistura com cheiro.
Onde o homem defeca e grita.
Analisa a vida e o tempo.
No seu trono exeqüivel de brita.
E o íntimo material se projeta.
Por canais fedorentos navega.
Como um marinheiro sem navio.
Sujando a paisagem o mar e o rio.
Emperebando o claro da pele.
Do meu amado e doce menino.
Sujando o corpo tão lindo daquela.
Que apagou a tristesa e seqüelas.
Há! Intimidade privada!
Dueto meu com o som da descarga!