A MOSCA MORTA NO FOGÃO.

A MOSCA MORTA NO FOGÃO.

Era quase meio dia entre o inverno e o verão.

Entre a sopa de feijão, e o arroz do outro dia.

Jaz torrada e empalhada o desavisado inseto.

Estendida no fogão, com seu abdome ereto.

Desproporcional o tamanho desse andor.

Chamou-me atenção, o não grito o não clamor.

Triste sina do nano-inseto quase voador.

Medir o sofrimento, com distância ou com a dor?

Sofrer anos-luz mediria a consequencia?

Um ataque fulminante nos daria sua essência?

Voando como Ìcaro e meu grito de horror?

A ferida que não sangra, caberia em seu pavor?

Alguma coisa em mim cala estranha.

Não pelo tom do destino, ou a tênue teia da aranha.

A verdadeira batalha, ainda vai ser travada.

Temos o dom de não ver, e nem de seguir revoadas.

9/01/05 ( Ao Carlinhos )

Honorato Falcon
Enviado por Honorato Falcon em 18/05/2007
Reeditado em 19/07/2011
Código do texto: T492361