Enterrei o que foi meu por pouco tempo...
Enterrei a felicidade que se foi com o vento...
O meu corpo ficou gelado ao ver a morte do amor...
Senti entrando no meu peito o punhal feroz da dor!
Queria guardar comigo aquele carinho que saiu de mim...
Queria amamentar e matar a fome, mas o que vi foi o fim...
Seu corpo pequeno sendo agasalhado tão cedo pela terra...
Meu filho lembre-se de mim; você se foi, eu fiquei na guerra!
Vai ficar assim aguardando que a natureza termine o processo...
Quero que um anjo te conduza para o descanso; clamo e peço...
Não tenho forças para continuar te olhando; coração sangrando...
Queria cantar canções de ninar, mas num enterro, é preciso rezar!
Dói ver você assim, mais do que a fome cruel que há dentro de mim...
Não há roupas, e eu escolhi o chão; fiquei rouca ao pedir por compaixão...
Eu queria me despedir com mais perfeição, só há terra e não há caixão!
Molhei o meu corpo magro com lágrimas sem fim; eu era a proteção...
Enterrei a felicidade que se foi com o vento...
O meu corpo ficou gelado ao ver a morte do amor...
Senti entrando no meu peito o punhal feroz da dor!
Queria guardar comigo aquele carinho que saiu de mim...
Queria amamentar e matar a fome, mas o que vi foi o fim...
Seu corpo pequeno sendo agasalhado tão cedo pela terra...
Meu filho lembre-se de mim; você se foi, eu fiquei na guerra!
Vai ficar assim aguardando que a natureza termine o processo...
Quero que um anjo te conduza para o descanso; clamo e peço...
Não tenho forças para continuar te olhando; coração sangrando...
Queria cantar canções de ninar, mas num enterro, é preciso rezar!
Dói ver você assim, mais do que a fome cruel que há dentro de mim...
Não há roupas, e eu escolhi o chão; fiquei rouca ao pedir por compaixão...
Eu queria me despedir com mais perfeição, só há terra e não há caixão!
Molhei o meu corpo magro com lágrimas sem fim; eu era a proteção...
Janete Sales Dany
18/09/2014
Obra protegida
Esta imagem que vi no Google que expressa a fome na África sempre causou em mim uma tristeza profunda.
Através dela tentei dar voz a esta mãe que enterra a cria, o chão seco, e as poucas roupas, nus...
Como dói o coração de quem vê... tentei nas minhas singelas linhas mostrar a dor desta mãe.
Nua...
Filho nu...
Falta de tudo, principalmente da compaixão alheia...
Um momento trágico, um momento silencioso onde o grito maior é na alma...
O que estaria pensando?
Qual é o amanhã diante de uma situação como esta?
Haveria o amanhã?
Quanta dor, quanto abandono...
Quantas mães neste exato momento cavam a terra com as mãos para enterrar um filho?
Quantos ficarão estáticos diante desta dor?
Pode o mundo viver a felicidade sabendo que algo assim acontece, mesmo que longe?
A maior miséria é a da alma. Miserável é aquele que não tem sentimentos...
Só olha o próprio nariz; só vê a própria estrada...
Só ama os seus e o mundo que se lasque!
Vejo o individualismo em excesso como o principal destruidor da raça humana...
O excesso dele faz com que o homem ame só a si mesmo;
é assim que se destrói aos poucos O MUNDO...
Janete Sales Dany
19/09/2014