O cortador de cana
Novecentos mil
Cortadores de cana no Brasil
Ganham um salário médio
De quinhentos e setenta reais por mês
Quem corta doze toneladas
De cana por dia
Caminha
Mais de 8 quilômetros
Desfere
Cento e trinta e três mil
Trezentos e trinta e dois
Golpes de facão
Faz
Trinta e seis mil
Seiscentos e trinta
Flexões e giros de corpo
Perdendo
Oito litros de água
Para ganhar por tonelada cortada
Três reais e trinta e quatro centavos
Cada golpe de facão
Corta sua vida
Corta sua dignidade
Corta sua cidadania
Durante um dia
Degradante
Come cabisbaixamente
Sua bóia fria
Oriundos do Agreste
Vale do Jequitinhonha
Zona da Mata Nordestina
Sertão e do Meio Norte
Carne barata do capital
Sem carteira assinada
Sem aposentadoria
Sem direito a nada
Adoça o ventre da terra
Adoça a vida do povo
Adoça o lucro do usineiro
Adoça sua própria desgraça
Desprovido de armas
Contra o sol escaldante
Contra animais peçonhentos
Contra a fome do capital
O Capitalista
Esmaga
Indiferentemente
A cana e o homem
São queimados
São esmagados
Viram suco
Viram pó
Novecentos mil
Cortadores de cana no Brasil
Ganham um salário médio
De quinhentos e setenta reais por mês
Quem corta doze toneladas
De cana por dia
Caminha
Mais de 8 quilômetros
Desfere
Cento e trinta e três mil
Trezentos e trinta e dois
Golpes de facão
Faz
Trinta e seis mil
Seiscentos e trinta
Flexões e giros de corpo
Perdendo
Oito litros de água
Para ganhar por tonelada cortada
Três reais e trinta e quatro centavos
Cada golpe de facão
Corta sua vida
Corta sua dignidade
Corta sua cidadania
Durante um dia
Degradante
Come cabisbaixamente
Sua bóia fria
Oriundos do Agreste
Vale do Jequitinhonha
Zona da Mata Nordestina
Sertão e do Meio Norte
Carne barata do capital
Sem carteira assinada
Sem aposentadoria
Sem direito a nada
Adoça o ventre da terra
Adoça a vida do povo
Adoça o lucro do usineiro
Adoça sua própria desgraça
Desprovido de armas
Contra o sol escaldante
Contra animais peçonhentos
Contra a fome do capital
O Capitalista
Esmaga
Indiferentemente
A cana e o homem
São queimados
São esmagados
Viram suco
Viram pó
Bruno Augusto Valverde Marcondes de Moura