Paris Sangra a Liberdade do Mundo

(em homenagem às vítimas do atentado de 08/01/2015 ao Jornal Chalie Hebdo em Paris em que 10 jornalistas e 02 policiais foram mortos)

A liberdade acordou mais amarga

Atônita, perdida, dilacerada

A imprensa e arte atingida

Rasgada, amassada... silenciada?

Sabor metalizado na tinta, no ar

Liberté, égalité, fraternité?

Dos ecos do passado,

O presente está à mercê

Alguns dirão que brincaram

Com o que não se devia...

Covardes! Vão dizer então

Que receberam o que mereciam?

Quem afere o tal peso da palavra

Julga imagem, pensamento, heresia?

Discordar do conteúdo é um direito

Mas ousar limitá-lo é tirania!

Um brado contra o conformismo

O além-mar distante não está

O seu silêncio é um sim errante

Para cercear o direito de falar

Desvende seus preconceitos

Participe e não apenas assista

Pois o pensamento é incalável

Nunca se esqueça, caro terrorista.

Foi um anoitecer tingido de rubro,

Lua cheia como testemunha do fim

O céu pincelado da tinta púrpura

Do sangue mesclado ao nanquim...