CABOCLA DODÔ

Com os olhos tristes, sem brilho,

Louca, vítima do amor,

Vive a vagar a Dodô.

Outrora moça bonita,

A cabrocha do sertão,

A todos dizia não;

Quem a ver não acredita,

Que a dona dessa desdita,

Ontem, menina em flor,

É, hoje, a louca Dodô.

Tudo nasceu noutro olhar,

Na luz dos olhos do Zé,

Que fez brotar a mullher,

Que deitou-se a se entregar,

Como flor pra fecundar,

Ao cabra José Sindô,

Louca varrida de amor.

Mas, foi quando abandonada,

Com bebê dentro de si,

Sem ter ao seu lado, ali,

O amor do cabra safado,

Ao qual se tinha entregado,

Que Dodô fez-se a andarilha,

De olhar tristonho e sem brilho.

The, 04/06/2007 - - Humberto M. Feitosa