SORRIA VOCÊ! EU APENAS RIO

Desorientada, ela ria de tudo

Nem percebera a vida que passava

Correndo na água poluída

Que feria a terra

Enquanto escorri

Em direção ao mar...

Nas estradas jogava lixo

Tomava banhos até murchar

E o rio que lhe matava a sede

Secava feito pele esturricada

Há muito pouco

O rio tivera uma hemorragia

Sem tino sorria

Feito pobre desdentado

E o meu peito doía

Como se tirassem

O rio de meu nome...

Fico desvalido

Quando penso em mim sem rio

Sem um mar limpo e despoluído

Que me oferece peixes e outros frutos do mar

Dói a minh’alma quando sou

Quando sou apenas rio serpenteando

Empapado de entulhos

Sonhos meus foram esmagados

Neste adeus ao paraíso...

Quer rir? Então ria!

Eu apenas sou rio

Que deságua no mar...

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24.03.15

MÁRIO FEIJÓ
Enviado por MÁRIO FEIJÓ em 24/03/2015
Código do texto: T5181819
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