Filme de Horror
Ela morava nas ruas
Foi abandonada
Não tinha lar
Não era tão bela
Um pouco de charme brega
Foi criada na selva de pedra
Tinha um sonho
Queria ser estrela
Fazer um filme
Brilhar na tela
Conheceu uns caras
Iludiram-na com mundo e fundos
Levaram-na com promessas
Quando viu já era tarde
Estreava um filme sado-masoquista
Torturaram, estupraram.
Mataram
O filme correu
Pelas mãos dos homens
Sem alma, tarados e loucos
Que se masturbavam
Assistindo a violência
Gostavam da crueldade
Deliciavam-se com a tortura
A pobre morreu
Ninguém sabe onde foi enterrada
A menina de rua
Virou estrela
Passou de mão em mão
Pelos olhos endemoninhados
Monstros superfaturados
Com fantasias de sangue
Ejaculando no vácuo
Virou estrela
A menina plebéia
Imensa platéia
Feita a sua vontade
Nem sabia ela.
Rose de Castro
A ‘POETA’