Fome doentia

Neste mundo mecanizado desde a época da grande revolução,

vive o Homem e as suas sociedades em constante transformação.

Pouco importa como, hoje, a matéria encarna o bem...

Fonte de interesse é a riqueza que cada um tem.

Todo o movimento é económico, quantificável e indicativo!

Na batalha pelo que dizem ser mais competitivo,

um apelo ao desenvolvimento da nação:

_Ignore-se a razão e esqueça-se o indivíduo!

É o bem colectivo! O progresso! O amanhã! – dizem.

Na verdade, o coração mecanizado produz lucros maiores.

Veste os dedos de ouro, platina e diamantes à custa

da graxa e da fuligem no rosto dos menores.

É uma sociedade construída sob o jugo de um artefacto social.

É uma sociedade que rentabiliza o planeta e economiza a esperança.

Num extremo a abundância transborda, no outro, a pobreza condena:

_Que se forre de lama o estômago de qualquer criança!

Um dia a revolução chegou à produção

O Homem produziu a máquina

e a máquina produziu, produziu….

Qual fome doentia

que insaciável,

a todos extinguiu!

Ema Moura, 22/02/2011, poema de intervenção, em http://emoura-brokenwings.blogspot.pt/

Denuncia o trabalho infantil. Opõe-te ao trabalho escravo. Consome com responsabilidade e consciência social

Ema Moura
Enviado por Ema Moura em 03/05/2015
Código do texto: T5228743
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