Sob o céu azul da Cidade Alegre

quisera eu não mais ver

o quotidiano da vida

onde reina confuso

o clamor do mendigo

a fugir dos améns da injustiça

esparramam-se ao chão as migalhas

dos pães, dos dias, da dor, do pretenso homem

sob o céu azul da Cidade Alegre

que transforma a exploração

em subversiva trama:

liberdade em lucro

lucro em fel

vida em lixo

lixo em céu

grita aos meus olhos

a dor da vida

no choro inocente da criança

a implorar o pão

da fome

Porto Alegre-RS, 12 de junho de 2007 (29/08/09)