A ABA.
A ABA.
Quando cá eu chegar desta praia.
Quero ter o meu “Eça” já lido.
E saber se o padre “Amaro”.
Vai mudar a história do filme.
Vai salvar o seu filho do clero.
E fugir com Amélia já grávida.
E morar na floresta Amazônica.
Ou mentir sua vida Canônica.
Fui buscar o meu neto, na volta.
Minha base das costas doía.
E a aba do aviador.
Misturava-se a dor desse dia.
Eu o tenho no meu pensamento.
Sua aba e o seu tormento.
E o meu neto que tanto o beijara.
O queria com a aba curada.
Dumont, grato Dumont!
Tens o céu o meu neto e o dom.
O chapéu em estátua quebrado.
O lado esquerdo trincado.
Vou deixá-lo um pouco bonito.
Espantar o horror e o grito.
Esperando que o jovem não traia.
O seu busto e o encanto da praia.
Que tragam o pai e mãe.
E depois os seus filhos e netos.
Pula corda na lua ou em Marte.
Numa nave, num vôo direto.
E a foto e o livro do “Eça”.
Fiquem sempre em cima da mesa.
Que meu neto seje o aviador.
Que a aba não quebre e não ceda.