A ABA.

A ABA.

Quando cá eu chegar desta praia.

Quero ter o meu “Eça” já lido.

E saber se o padre “Amaro”.

Vai mudar a história do filme.

Vai salvar o seu filho do clero.

E fugir com Amélia já grávida.

E morar na floresta Amazônica.

Ou mentir sua vida Canônica.

Fui buscar o meu neto, na volta.

Minha base das costas doía.

E a aba do aviador.

Misturava-se a dor desse dia.

Eu o tenho no meu pensamento.

Sua aba e o seu tormento.

E o meu neto que tanto o beijara.

O queria com a aba curada.

Dumont, grato Dumont!

Tens o céu o meu neto e o dom.

O chapéu em estátua quebrado.

O lado esquerdo trincado.

Vou deixá-lo um pouco bonito.

Espantar o horror e o grito.

Esperando que o jovem não traia.

O seu busto e o encanto da praia.

Que tragam o pai e mãe.

E depois os seus filhos e netos.

Pula corda na lua ou em Marte.

Numa nave, num vôo direto.

E a foto e o livro do “Eça”.

Fiquem sempre em cima da mesa.

Que meu neto seje o aviador.

Que a aba não quebre e não ceda.

Honorato Falcon
Enviado por Honorato Falcon em 17/06/2007
Reeditado em 14/07/2011
Código do texto: T530329