Desespero...

De dentro dos barracos, via-se no céu forma-se nuvens negras e já nos tocava o vento com agressão, não nos deixava vê-lo, mas sentíamos que arrastaria tudo sem dó,nem piedade.

Há cerca de 6 anos morávamos em um daqueles barracos, ali naquele lugar, sabíamos que não era a primeira e nem a última vez que veríamos aquela cena, sabíamos, também, que naquele momento o povo não teria distinções não haveria seções, seríamos um todo de sortes afins, ou melhor dizendo de sorte nenhuma.

O desespero atingiu-me e aos demais, percebemos a natureza sentida, defendendo-se, agrediu porque foi agredida.Destruiu tudo que tinhámos, nossas casas, muitas vidas.

Ainda há dentro de nós mágoa e aflição,que mais uma vez será transformada em força, senão pela manhã não haverá nada. Talvez ninguém, para colocar as coisas no lugar e reconstruir o que ficou desfalcado na vida de cada um de nós.

Elizandra Cardoso
Enviado por Elizandra Cardoso em 25/09/2005
Reeditado em 26/09/2005
Código do texto: T53661