Lisboa

A MINHA LISBOA

Do Chiado, desço a rua do alecrim

Caminhando pelo meu próprio pé

Onde me cruzo com tantos outros

Que apressados seguem o seu caminho

Quase sem olharem para ninguém.

Lá em baixo espreita-nos o Tejo

Que com o seu sorriso de prata

Deixa os cacilheiros trocarem de margens

Emprestando toda s sua serenidade,

A esta Lisboa.

Paro no meio daquela rua de contrastes

Estranhamente emocionado e até confuso,

Em cima, o Chiado movimentado

Em baixo, o Cais do Sodré impaciente.

Sinto-me atado

E preso de contente

Por pertencer,

Por poder ser…desta cidade do Fado.

Na confusão daquela zona

Aprecio, num acto de solidão

Admiro, como os opostos emergem

Agarram-me e empurram-me

Atraem-me…

Como me stressam e acalmam,

Como se de estranho nada houvesse.

(A minha Lisboa…)