Herança que se sente

Não tenho a cor do pecado,

Tenho cor, não fardo,

Carregado para a condenação.

Fui homem forçado a escravidão.

Não tenho cor de escravo,

Escravo não é cor, é condição.

De tom branco como cravo,

Tenho a alma e o coração.

Herança de humanos escravizados,

Arrasados, castigados em oração.

A muito subjugado, sem sensação.

Pelo tempo fui varado,

Despejado, posto ao chão.

Fadado, já acostumado a mutilação.

Alexandre Rodrigues de Lima
Enviado por Alexandre Rodrigues de Lima em 13/10/2015
Código do texto: T5412808
Classificação de conteúdo: seguro