Lucidez poética

Vem falar

que poesia demais apaga o viver

Mas nem sabe se vive

e se vive, "o quê"

Me deixa poetizar a vida

Que eu sei que a minha lente é mais bonita

Que a dessa espécie de gente rabugenta

Me deixa sentir a vida

Que sentindo eu vejo melhor

Sentindo eu sei bem mais

Deixa meu coração analisar

Que vai ser um tanto certeiro

Deixa eu me encantar com os perfumes

Deixa eu sentir o céu ao encarar uma estrela

E estremecer a alma

sob céus pintados de pontos luminosos

sob céus pintados de cores alvas e albas,

ensombreadas de tons de ocaso

Deixa a minha alma dançar,

"quando" e "se",

porque sim

Deixa a minha poesia

que eu deixo o teu amargor

E me diga de que vale tanto fel

numa única existência que diariamente esvai

Só se vive uma vez

Não se ama tudo de uma vez

Não se dita o amar

Não se trava a poesia

E jamais se perde por poetizar.

Débora Cervelatti Oliveira
Enviado por Débora Cervelatti Oliveira em 21/10/2015
Reeditado em 01/09/2017
Código do texto: T5422801
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