MISERÁVEIS
Quebra-se no choque térmico
entre a raiva e o desespero,
as torres caem despidas do cimento
e a água nelas usada volta a sê-la salgada,
brota o sangue do buraco
onde a faca estava alojada,
a sua gruta preparada
para se voltar a fechar ao mundo exterior
que apunhala onde pode e até leva
o que já foi levado vezes sem conta
pararevender as promessas
de que tudo está bem quando se sofre
em comunidade há um enorme prazer
rodeado de vozes a minha não
se faz notar e isso é o que se quer
mais desempenho e menos queixume
qeu há palácios a erguer
e sintonias a criar se amanhã é o dia
da rebelião de todo aquele que não luta.