MISERÁVEIS

Quebra-se no choque térmico

entre a raiva e o desespero,

as torres caem despidas do cimento

e a água nelas usada volta a sê-la salgada,

brota o sangue do buraco

onde a faca estava alojada,

a sua gruta preparada

para se voltar a fechar ao mundo exterior

que apunhala onde pode e até leva

o que já foi levado vezes sem conta

pararevender as promessas

de que tudo está bem quando se sofre

em comunidade há um enorme prazer

rodeado de vozes a minha não

se faz notar e isso é o que se quer

mais desempenho e menos queixume

qeu há palácios a erguer

e sintonias a criar se amanhã é o dia

da rebelião de todo aquele que não luta.

Daniel Delgado
Enviado por Daniel Delgado em 04/07/2007
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