Brasil: Política de Estádio
Peleiam os pobres ensandecidos
Empunhando sigla como bandeira
Dentro do estádio estão perdidos
Vão para onde o vento queira
Se de um lado o brado é forte
Da história que conta e emana
Não se apaga tudo com corte
Amnésia é burrice insana
Camisas rasgadas com esmero
Atrasam o foco de um país
Arrastam-no no chocho zero a zero
E a impunidade vence por um triz
Degladiando com mãos em afronta
No cumprimento da pré-derrota
A direita, a destra encontra
E a esquerda alcança a canhota
Mas para avançar em um sentido
Tire do estádio sua nação
E a corrupção, monstro temido
Extirpada será com sua ação
Vai doer matar o "jeitinho" diário
Eviscerar-se em frente ao espelho
Ver no seu cotidiano, o noticiário
Descobrir que estava de joelho
Ao vestir do país a camisa com raça
Responda de espírito levantado:
Qual a mão que você entrelaça
Quando resolve andar lado a lado?