Cotidiano selvagem
Na selva o cotidiano é conhecido
Quem era ontem seu amigo
É hoje seu pior inimigo
A dança continua
Sem ilusões utópicas
Vida crua e nua
Não se deixe enganar
O caçador e a caça não revezam
Não existe o dia de ninguém
Do nascer ao pôr do sol
Quem tu é
É o que te convém
Então decida
Se tu es caça ou caçador
Porque na selva ninguém cessa a dor
Vida de nojo
Aqui tu corre atras da flecha
Mas não se perca
A flecha volta e encontra a sua testa
Não testa a boa vontade de quem já ofereceu muito
Não duvide da má vontade de quem já nasceu com tudo
Quem tem muito consome milhões
Quem tem pouco só quer uma parte.