Campo
Estar só
É não existir
Hoje tá foda sorrir
E por nossa comunhão
Eu vou ir
Caminhar entre as matas escuras
Prezando pelos irmãos
Dada as mãos
Começou a ocupação
O que é meu, Deus me deu
E não vai ser o teu cajado institucional
Que vai me golpear
E quando eu sentir
Que vai faltar o ar
Eu vou engolir
As angústias que deixei vingar
Nossa terra
Nossa vida
Nossa guerra
Milhares de feridas
Mas não venha me dizer que estou errado
Minha legitimidade são meus braços
Calejados
Cansados
Meu facão
Extensão do meu coração
Minha história
Eternizada num pedaço de terra
Respeite minha lágrima
Meu suor
Todas as minhas primaveras
Não precisa acender vela
Só grite
bem alto
Por um pedaço de terra.